sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O explosivo financiamento de campanha

Foto: Tribuna Hoje
Sempre ao final do ano pré-eleitoral e início do eleitoral assaltos a banco acontecem em todo o estado de Alagoas. Segundo o Sindicato dos Bancários, em carta enviada ao secretário de Defesa Social Eduardo Tavares, no último mês de janeiro foram nove agências assaltadas. Em 2012, ainda segundo a carta do Sindicato, foram 62 agências. Quando se aproximam as eleições, bancos são assaltados. Será coincidência?

Todo mundo sabe o alto custo das campanhas eleitorais. E todo mundo sabe que a prática da compra de votos ainda é uma mazela forte em Alagoas – aliás, Brasil todo. E é bem provável que se saiba quem são os autores dessas ações. Após tanto anos de assaltos, surpresa seria que ninguém tivesse a miníma ideia de quem está por trás disso. Quando se fala “ninguém”, entenda-se autoridades e pessoas que atuam nos bastidores da política alagoana.


Mesmo assim isso continua sendo notícia recorrente nos jornais e sites do estado. E se tem a sensação de que as pessoas já se acostumaram com isso tudo. Afinal, “todo ano eleitoral isso acontece”. E a forma mais usada há alguns anos é a explosão de caixas eletrônicos.

Como o financiamento das campanhas eleitorais é privado e apenas a minoria dos candidatos e partidos têm acesso a recursos das poucas empresas que aqui atuam para realizar suas campanhas e, por que não, suas compras de votos, recorrem aos assaltos a banco para garantir seu desempenho no pleito. Se não for isso, o que será então?

Num estado onde, principalmente nas pequenas cidades do interior, não há indústrias, não há comércio forte e há – em abundância – uma supervalorização dos espaços políticos, vale tudo para conseguir “seu lugar ao Sol”. Afinal, todo mundo quer ser estrela e ter, pelo menos a sensação, de poder.

E nem o fato de uns anos para cá os caixas eletrônicos soltarem tinta nas cédulas ao serem arrombados está intimidando os assaltantes. As notas manchadas perdem a validade e servem para auxiliar na captura de seus autores.

E sabem o que vai acontecer? Nada. Se muito, apenas os autores materiais serão presos e julgados. Se muito. Os autores intelectuais, os mandantes, sequer serão incomodados. Ainda mais se algum deles for uma pessoa “importante”, com mandato parlamentar ou coisa que o valha. Aqui em Alagoas ou em outro estado. Por que também não seria surpresa se fosse revelado que os beneficiados com os assaltos a agências bancárias em Alagoas fosse de outro estado da federação.

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