sexta-feira, 2 de agosto de 2013

AL: verbas publicitárias nas rádios




No último dia 26 de julho comentei sobre os gastos de publicidade do governo de Alagoas em canais de tevê e sites na internet (clique aqui). Algumas coisas me chamaram a atenção como o “investido” no colunista Claudio Humberto e o aumento de recursos destinados a TV Pajuçara, de aliados do governador, perto das últimas eleições.

Agora comento os gastos publicitários em rádios alagoanas. O número de emissoras é grande, mas também identificamos coisas “estranhas”. Lembrado que o rádio é o veículo que chega mais próximo das pessoas. Mesmo com as televisões a cabo ou a internet se espalhando, só o rádio pode ser consumido ao se fazer outras atividades, como dirigir, lavar roupa, cozinhar ou pescar. A força política que tem uma emissora de rádio é gigantesca.

Os dados foram conseguidos através do advogado Pedro Acioli Filho que os solicitou através da Lei de Acesso à Informação (LAI). No email enviado pela Secretária de Comunicação (SECOM), a mesma garantiu acompanhar as execuções das campanhas publicitárias e que o critério é o técnico baseado em audiência.

Reafirmamos também os dados abaixo por si só não provam nada, mas demonstra o mesmo padrão em relação às emissoras de tevê e os sites na internet.

De 2008 até o mês de julho de 2013 foram gastos em publicidade em emissoras de rádio R$ 9.961.253,70. E entre as principais empresas as rádios Gazeta (AM/FM), das Organizações Arnon de Mello, cuja família proprietária é a do senador Fernando Collor, receberam mais, seguidos pelas rádios do Sistema Pajuçara de Comunicação (PSCOM), que tem tucanos de alta plumagem e parente do vice-governador como donos, rádios 96 FM e Grupo Correio / CBN que tem na sociedade o deputado federal Renan Filho, filho do senador Renan Calheiros.

Em 2011, ano pré-eleitoral, as rádios do PSCOM receberam mais recursos que as emissoras da Gazeta, mas no montante dos cinco anos e meio, as emissoras da família Mello receberam mais. Em 2012 as rádios do grupo Correio / CBN não receberam nenhum recurso em publicidade da SECOM.


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Duas rádios do interior se destacaram no recebimento de recursos. Uma delas é a “Princesa das Matas”, que tem em sua sociedade, Elias Brandão Vilela Neto, irmão do governador Teotônio Vilela Filho e Flavius Flaubert Pimentel Torres, pai do prefeito de Viçosa, Flaubert Torres Filho. A outra é a rádio Palmeira FM, de propriedade de Edival Vieira Gaia, pai do deputado estadual Edival Vieira Gaia filho (PSDB).

Inclusive um dos sócios da rádio Palmeira FM é assessor parlamentar na Assembleia Legislativa de Alagoas. Luis Carlos Soares Gaia foi nomeado em 12 de abril de 2012, conforme Diário Oficial do Estado (clique aqui).


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Ambas receberam mais recursos do que o grupo Correio /CBN.

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Ao todo, em rádio de aliados do governador, foram gastos R$ 2.015.086,70. Sendo R$ 642.318,80 em 2010, ano eleitoral e da reeleição do governador Teotônio Vilela Filho e, R$ 518.693,99 em 2011, ano pós-eleitoral.  

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Sobre as rádios de Renan Filho, várias polêmicas já foram levantadas. Ele é sócio de Tito Uchoa, primo do senador Renan Calheiros, no Sistema Costa Dourada Radiodifusão Ltda. e a rádio Correio não tem registro no ministério das comunicações. Aqui tratamos como um grupo apenas, por ambas funcionarem no mesmo prédio e que a rádio CBN Maceió tem seu registro em nome de Uchoa.

O que fica cristalino é a necessidade da lei de meios. O fim da interferência política na comunicação do país. O que acontece em Alagoas não é caso isolado. No cadastro do Ministério das Comunicações o que mais se vê são parentes de parlamentares, prefeitos e governadores como donos de emissoras de rádio e tevê. Caso queira ver todos os veículos de comunicação eletrônica (rádio e tevê) com registro no Minicom, clique aqui

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