sexta-feira, 11 de maio de 2012

Comissão da Verdade: para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça


Ato público pela anistia, Rio de Janeiro, 1982.
A Presidenta Dilma Rousseff anunciou ontem, com publicação no Diário Oficial da União de hoje, os nomes dos membros da Comissão da Verdade. Comissão com a finalidade de revelar os bastidores dos períodos ditatoriais de 1946 até 1986, em especial, do Golpe de 64. De prisões ilegais a torturas cometidas pelo Estado brasileiro, revelando inclusive, nomes. A Comissão não tem caráter punitivo.

Já a algum tempo que se anseia pela criação desta comissão. Nosso país já não pode mais ficar com a pendenga do desconhecimento dos bastidores ditadura militar. Quem e quantos foram mortos pelo regime; onde estão os seus corpos e os nomes de seus torturadores.

Como já afirmei em outra postagem, não se trata de revanchismo. Falar em revanchismo na impunidade é fácil, como ficam a todo o tempo os pelancos da ditadura que ainda insistem em querer falsear os fatos deste período nefasto de nossa História.

Recentemente, o ex-delegado do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social da ditadura militar) em São Paulo, Claudio Guerra, lançou um livro chamado: “Memórias de uma Guerra Suja” (clique aqui). Guerra nunca esteve nas listas conhecidas de torturadores.

A Comissão terá muito trabalho.

A “Ditabranda” da Folha de São Paulo ficará desnuda.


A composição da Comissão não é unanimidade. Para muita gente faltou a representação e alguns setores da sociedade. Mas nem de longe seu anúncio é considerado uma derrota.

Dentre as pessoas que compõem a Comissão da Verdade está a advogada de Dilma durante a ditadura militar. Trata-se de Rosa Maria Cardoso da Cunha.

Isso é de uma simbologia sem tamanho.

Sua composição é:José Carlos Dias (ex-ministro da Justiça), Gilson Dipp (ministro do Superior Tribunal de Justiça), Rosa Maria Cardoso da Cunha (advogada), Cláudio Fonteles (ex-procurador-geral da República), Paulo Sérgio Pinheiro (diplomata), Maria Rita Kehl (psicanalista) e José Cavalcante Filho (jurista).

Mas a Comissão, independente da composição que tenha ou viesse a ter, sem pressão da sociedade, daqueles que querem curar de uma vez as feridas causadas pelos militares, não cumprirá seu papel de revelar ao país o que precisamos e ansiamos saber.

Várias comissões auxiliares nos Estados foram criadas. Aqui em Alagoas a proposta foi do deputado Judson Cabral (clique aqui)

Como afirmou Dilma no anúncio dos nomes da Comissão: “Não podemos deixar que, no Brasil, a verdade se corrompa com o silêncio”.

A Globo “passa recibo”

No programa Bom Dia Brasil, o âncora, Alexandre “Gagárcia”, ao falar da Comissão, quase que textualmente afirmou que esta não deveria fazer nada. Deixar como tudo como está. Passar uma borracha. Botou umas falas estranhas na boca do velho Brizola que não está mais aqui para se defender.

Mas não resistiu a sanha direitosa e golpista que nortearam o Golpe de 64 e norteia a grande imprensa brasileira. Chamou os militantes de esquerda, presos ou não de terroristas.

Uma vez PIG, sempre PIG.


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