sábado, 17 de março de 2012

Eleições em Maceió: mais do mesmo

Esta semana foram (re) confirmadas três pré-candidaturas à prefeitura de Maceió: Jeferson Morais (DEM), João Lyra (PTB) e Mozart Amaral (PMDB). Somando-se com os outros nomes já postos: Ronaldo Lessa (PDT), Judson/Paulão (PT), Alexandre Fleming (PSOL) e o candidato do palácio de vidro, Rui Palmeira (PSDB).  A próxima chefia do executivo municipal deve sair dentre esses nomes. É fato também que alguns deste aí estão na roda apenas para barganhar espaços numa futura administração ou ajuda ($$) para 2014.

Entre as coisas que mais me incomodam é que se roda, roda, roda e o cenário político de Alagoas não sai do lugar. Pode-se até ter uma troca de nome aqui outra acolá, mas na essência ta tudo na mesma.

Vejamos: o candidato do DEM é um apresentador de “TV pinga sangue”. Daqueles programas policiais onde se mostram pobres sofrendo humilhações e com “as tripas de fora” e o “Fefy” como âncora dizendo que tem construir um presídio a cada dois habitantes e se ter um policial para cada 0, 32 habitantes. É a falsa premissa do Estado armado, paz nas ruas. Este é o candidato do partido da ditadura. Sim, o DEM é o ARENA.

Tio João é um dos maiores usineiros do Estado. Mesmo não tendo relações com a Cooperativa dos Usineiros, maior partido político de Alagoas que nos governa a centenas de anos. Tem muito “dim dim” pra gastar, mas é meio lento nas idéias.

Rosinha da Adefal se vale de sua condição física para conseguir votos, assim como seu padrinho político o Jerônimo da Adefal que morreu de pneumonia assim que chegou à Brasília para assumir como deputado federal. Além, é claro, das “benesses” distribuídas pela Adefal às pessoas portadoras de necessidades especiais.

Mozart Amaral. Braço direito do prefeito Cícero Almeida, mas que Ciço não tem nenhum controle sobre sua candidatura. Mozart é filiado ao PMDB de Renan Calheiros. E este sim, joga com 342657483496850 possibilidades. Não se sabe com certeza pra que lado Renan vai, mas essa candidatura, a meu ver, é para garantir apoio para sua candidatura ao governo em 2014. Renan ainda precisa acomodar Collor nesse jogo.

Até agora tem alguma diferença de perfil dos que sempre governaram em Alagoas? Um cabra metido a cabra macho; um coronelzão cheio da grana, uma distribuidora de favores e um boneco na mão de um grande articulador que há anos está nas barbas do Poder no Brasil.

Seguimos: No campo mais progressista temos Paulão e Judson. Ambos pré-candidatos pelo PT. Em documento de sua direção municipal o PT afirmou querer construir uma frente contra a candidatura do governo do estado (PSDB) e apresenta os dois nomes para isso. Porém as possibilidades de uma candidatura do PT à prefeitura de Maceió são remotas. Só deve acontecer se a frente que o PT quer ajudar a construir lançar uma aberração como candidato, tipo JL ou alguém do Collor. Uma pena, pois sempre é bom alguém do PT disputando o executivo. Falem o que quiser, mas o PT pauta debates importantes sobre o nosso cotidiano.

Ronaldo Lessa. Provável candidato da frente ampla contra o PSDB. Possui boa aceitação na capital. Tem problemas na justiça que acredito serem superados. O problema é que ele também expressa o roda, roda, roda e não sai do lugar. De novo o campo mais progressista iria de Ronaldo para a disputa.

Alexandre Fleming do PSOL. Tem boas idéias, mas seu partido é muito isolado. Se Heloísa Helena fizer campanha pra ele, poderá ter “alguns votos”. A disputa é muito dura financeiramente e o PSOL ainda não musculatura partidária para fazer frente a esta realidade.

E por último, propositalmente, deixei o candidato mais forte até aqui. Rui Palmeira do PSDB e já na quarta geração de sua família às voltas com o poder em Alagoas. Rui é o novo velho. O tucanato alagoano tenta vender a imagem de novidade, mas ele não passa de repeteco das nossas velhas oligarquias “açucaradas”. Se não o é por nascença, pois não é usineiro, é de dentro como se costuma dizer por aqui. Tem o total apoio do grande partido político de Alagoas, a Cooperativa dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas ou só Cooperativa dos Usineiros, ou só ainda “A Cooperativa”.

Muito de nossas mazelas sociais (se não tudo) devemos a este setor que monopolizou a economia local e obviamente todo o aparato de Estado em Alagoas. Já quebraram o banco estadual (PRODUBAN), não pagam impostos por conta do tão falado acordo dos usineiros e odeiam, mas odeiam povo. Tanto que se paga “dois pila” por tonelada cortada de cana em Alagoas. Pense num amor...

Este ano além do próximo chefe do executivo da capital também devemos prestar bastante atenção às candidaturas para a vereança. Nossa regra do jogo atrela o executivo ao parlamento. Se você quer candidatura A para a prefeitura, vote em vereador que apóia A. Seja coerente no seu voto.

 Só não vote em vereador que disse que construiu isso ou aquilo. Vereador não constrói nada. Quem constrói é o executivo. Se ele faz não foi com o dinheiro dele, vereador não ganha o suficiente pra construir nada. Fatalmente ele meteu a mão em dinheiro público.

Vereador propõe leis. Legisla. Emite opiniões. Faz debates sobre a realidade. Fiscaliza o executivo.

As eleições de outubro já começaram...

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